Nessa atividade, nos foi passado o texto "Nossas Imagens", de Vilém Flusser, o mesmo que apresentou a palestra vista na atividade 16. Seguindo o mesmo debate, esse texto discorre acerca da imagem e da pós-história, como a "contrarrevolução de imagens contra textos". Anteriormente, na atividade 16, as três perguntas que eu havia elaborado para discussão em aula para a última segunda-feira, 05/07, foram as seguintes:
1) Como, exatamente, foi a influência da imagem dentro do contexto da Revolução Romena
2) As mudanças na mídia contemporânea nos últimos 30 anos, desde que essa palestra ocorreu, intensificaram ainda mais o processo? Seriam as "Fake News", tão populares nos últimos tempos, uma forma ainda mais desenvolvida desse processo envolvendo a imagem e agora também o texto?
3) Como estabelecer uma mídia política? É possível? Não seriam as formas contemporâneas todas antipolíticas?
Agora, após a leitura do texto, nos foi solicitado que analisássemos essas questões elaboradas anteriormente agora sobre a luz do texto. Com relação ao contexto da Revolução Romena, que eu não tinha encontrado relação, a discussão em aula esclareceu essa dúvida: os protestos e atos durante a revolução foram todos transmitidos pela televisão local, incluindo a execução do líder da Romênia Comunista, Ceauşescu, e sua esposa. É um exemplo claro de eventos que ocorreram nesse momento de pós-história, em que a imagem é a protagonista, os eventos ocorrem para serem televisionados, assim como discute Flusser em seu texto.
Já com relação às mudanças ocorridas nos 30 anos que decorreram após a palestra - ocorrida em 1991 -, acredito que o texto tenha apenas confirmado e expandido a teoria de que o mundo agora mergulhado na pós-história tenda a ser cada vez mais afetado por elas, como no contexto das "Fake News". As "Fake News" se popularizam pela política, mas acredito que adequam-se no que Flusser chama de tecnoimagem - talvez até tecnotextos? -, em especial no seu caráter manipulativo e como a humanidade ainda está aprendendo a lidar com elas, exatamente como o autor descreve no texto.
Por fim, a relação com a mídia política, e se não seria todas antipolíticas, que, sendo sincero, não sei bem o que responder. Imagino que esteja diretamente ligado com o desenvolvimento da faculdade da tecnoimaginação, da nossa capacidade de decifrar as tecnoimagens. Imagino que as formas mais tradicionais de mídia, como os jornais, sejam talvez mais políticos, mesmo que hoje se utilizem de imagens, fotografias e afins, mas não imagino que, enquanto não superarmos o problema do decifração das tecnoimagens, não veremos novamente uma mídia política, se é que sequer já vimos uma.