Nessa atividade, nos foi passado dois filmes para assistirmos durante esse fim de semana: Marina Abramovic, lançado em 2012, e Pina, lançado em 2011.
O primeiro longa retrata principalmente a preparação da artista sérvia-iugoslava Marina Abramovic para a sua exposição no MoMA, Museum of Modern Art em Nova Iorque. A artista é famosa pelas artes performáticas, chamada até de "a avó da arte da performance", e trabalha muito com a provocação com o público, em especial com as relações com o corpo. Além disso, no filme vemos também outros lados da artista, passando por sua relação pessoal e profissional com Ulay, com que terminou na marcante performance "The Lovers" ("Os Amantes"), em que cada um saiu de uma extremidade da Muralha da China até se encontrarem ao centro. A exposição, denominada "Marina Abramovic: The artist is present" ("Marina Abramovic: A artista está presente"), ocupou todos os seis andares do prédio do MoMA e percorreu toda a carreira da artista. No documentário, vemos como Marina escolheu e preparou cuidadosamente os jovens artistas que reproduziram na exposição performances marcantes dela e como ela mesma preparou a nova performance, que foi o ponto alto da exposição: a própria marina exposta, sentada e imóvel por todo o período que o museu esteve aberto durante três meses, olhando de frente para quem quisesse se sentar em frente a ela. É bastante impactante ver como as pessoas se emocionam somente por estarem ali, olhando de frente, cara a cara, a artista.
Já o segundo longa possui um pouco menos a cara de "documentário" e funciona mais como uma homenagem póstuma a Pina Bausch, dançarina e coreógrafa alemã que infelizmente veio a falecer dois anos antes da estreia do filme. O filme foi para mim em muitos momentos confuso, já que não há legendas, apresentações ou explicações, somos apenas introduzidos com atos de dança e comentários dos próprios dançarinos que trabalharam com Pina. Uma questão que me chamou muito a atenção é como os dançarinos falam em línguas diferentes - eu pude perceber português, espanhol, francês, italiano e inglês, mas certamente haviam mais línguas que eu não consigo entender -. Acho que essa escolha acrescenta muito à obra, é como se no meio de tanta diferença de linguagem a dança unisse todos: uma linguagem universal. E esse é o ponto central do trabalho de Pina mostrado no filme, a dança como língua, como forma de expressão.